Em artigos anteriores comentamos sobre alguns
aparelhos que podem causar interferências em WLANs. Neste iremos além. Vamos
esclarecer melhor a questão dos telefones sem fios que operam em 2,4 GHz.
Falaremos sobre os tipos existentes e quais são os efeitos ocasionados pelo uso
destes aparelhos em ambientes WLANs.
Em ambientes corporativos, boa parte das redes
wireless instaladas são 802.11b e 802.11g. Estes padrões, como já exposto em
vários outros artigos, usam a faixa de 2,4 GHz. Nestes locais não é raro encontrar
telefones que também operam nesta freqüência, causando retardos na rede e
deixando muita gente irritada.
Com uma alta potência de transmissão, os
telefones normalmente funcionam em FH (Frequency Hopping ou Saltos em
Freqüência). Dentre estes, há dois tipos distintos. Cada um pode afetar de
forma diferente uma WLAN em 2,4 GHz.
O tipo mais comum fica o tempo todo “saltando” em
freqüências (com o telefone no gancho ou em conversação). A base fica
constantemente emitindo uma portadora pseudo-aleatória de faixa estreita
(geralmente 1 MHz), variando-a em toda a banda de 2,4 GHz. Valor de faixa
diferente dos encontrados numa WLAN. Afinal, sabe-se que aparelhos 802.11b e
802.11g são de faixa larga: 22 MHz.
Em todos
esses equipamentos, as portadoras variam com o tempo não permanecem fixas na
mesma freqüência por mais de alguns milissegundos. Isto significa que em algum
instante, mesmo com faixas distintas (22 MHz e 1 MHz), aparelhos WLAN e
telefones podem se cruzar. Ou seja, haverá interferência quando ocorrer o
casamento das frequências. Ela é passageira. Ao assumirem outros valores (cujo tempo
normalmente é de 400 milissegundos), cessa-se a interferência. Porém não se
engane. Este curto período de tempo é suficiente para ocasionar problemas. Por
exemplo: redução da taxa efetiva de transferência e até perda de pacotes.
Outro tipo de telefone que utiliza a tecnologia FH
não “salta” em nenhum momento. Eles conseguem escutar o meio em busca de um
canal livre antes de estabelecerem comunicação com a base. Ao encontrarem,
ficam no canal escolhido até o fim da ligação. O problema reside na
sensibilidade destes aparelhos, pois não possuem um scanning apurado. Eles podem
assumir um canal ocupado como livre, ação que certamente prejudicará a rede em
questão.
O que fazer nesses casos?
A solução definitiva está na substituição dos
telefones 2,4 GHz por outros que operam em 900 MHz.
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