O Bluetooth é um protocolo de comunicação sem fio que faz parte das redes WPAN (Wireless Personal Area Network). Uma WPAN pode ser definida como uma rede composta por dispositivos pessoais (como teclados, mouses, controles remotos, celulares, fones de ouvido e outros) que usam tecnologias wireless para a comunicação de curto alcance. Nesta categoria, inclusive, também se enquadram outras especificações, como o UWB (Ultra Wide Band – IEEE 802.15.3) e ZigBee (IEEE 802.15.4). O Bluetooth foi projetado para ser “simples”, consumir pouca energia e usar transceptores de baixo custo. Popularizado pelos celulares (não há o que discutir, né?), este padrão, até recentemente, operava nas seguintes taxas teóricas: 1 Mbps na versão 1.2 e 3 Mbps na versão 2.0 + EDR (Enhanced Data Rate), também conhecida por “versão aprimorada”. Na prática, claro, tais velocidades caem para 721 Kbps e 2,1 Mbps, respectivamente. No entanto, ainda “descontentes”, os membros do SIG (Bluetooth Special Interest Group) resolveram “turbiná-lo” e lançaram, no dia 21 de abril de 2009 em Tóquio, a versão 3.0 desse padrão.
O Bluetooth 3.0 + HS (High Speed) “nasceu para ser rápido”, disse Michael Foley – diretor executivo do Bluetooth SIG. Segundo diversas publicações, os dispositivos que funcionarão com a nova versão conseguirão atingir até 24 Mbps de pico. Porém, há fontes que falam em 54 Mbps. 24 ou 54? Ainda não sabemos! Fato é que houve um salto significativo de velocidade, certo? O segredo deste “salto”, no entanto, NÃO provém da tecnologia UWB, conforme muitos apostavam nos primeiros esboços dessa nova versão. O responsável pelo “High Speed”, na verdade, é o Wi-Fi (IEEE 802.11) – nosso velho conhecido que, alias, sequer pertence às redes do tipo WPAN. Funciona assim: sabemos que o Bluetooth consegue “enxergar” alguns padrões Wi-Fi (e vice-versa) porque eles operam na mesma freqüência, ou seja, 2.4 GHz. Faltava colocá-los “para conversar” e foi isto o que fizeram no Bluetooth 3.0 + HS! Agora, quando grandes volumes de dados precisam ser transferidos entre dispositivos HS, o conteúdo das camadas MAC PHY é alterado e elas passam a funcionar como se existisse uma conexão Wi-Fi. Legal, né? Eis o segredo do “BOOOMMM da velocidade”!
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